Tenho dois grupos completamente desiguais em minha turma.
Vou me deter nessa publicação ao GRUPO DOS 18. Formado por dezoito alunos, leem e escrevem com fluência adequada, ou até superior a adequada para alunos do 6º ano. Desde a primeira avaliação questiono-me sobre o porque esses alunos estão nessa turma, nesse projeto.
Não limitei-me a questionar minha lógica: perguntei a itinerante anterior, a itinerante atual, a direção, a coordenação, enfim, todos os que possivelmente saberiam me responder. Perguntei a tantas pessoas porque a resposta, apesar de uníssona, me parecia tão incoerente que continuei perguntando. A alegação de todos é que são alunos com DISTORÇÃO IDADE SÉRIE. Esse é um dos quesitos para tornar o aluno participante do projeto.
Entretanto há mais um fator MUITO RELEVANTE que fora ignorado por todos os gestores que os incluíram no projeto. Esses alunos precisavam apresentar DEFICIÊNCIA NO PROCESSO DA LEITURA e da ESCRITA. Sem essa deficiência a permanência desse grupo em um projeto voltado justamente para a LEITURA e para a ESCRITA se torna completamente INCOERENTE!
São alunos que ficam entediados rapidamente diante da simplicidade de algumas atividades do projeto. Resolvem rapidamente as questões propostas porque não têm problemas com a leitura das tarefas propostas. São alunos que tinham um perfil de notas razoáveis, porém com muitas faltas. Sempre com trágicas histórias de vida ou péssima estrutura familiar. Mas com perfeita capacidade cognitiva, leitura e escrita fluente.Alguns, ouso dizer, com nível igual ou superior a de alguns de meus alunos do Ensino Médio na Rede Estadual.
O Município possui projetos voltados para alunos com distorção idade série e que não apresentam deficiência na leitura e na escrita. São os projetos de aceleração em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Então, porque não os encaixá-los desde o começo do ano?? Por que não os encaixá-los assim que sinalizei?
Eis a crítica: hoje, com mais clareza, consigo entender a ideologia do PROJETO e admiro o que vejo. No conceito epistemológico, na metodologia usada, enfim, como um todo, o PROJETO FÓRMULA DA VITÓRIA é um sucesso incontestavelmente.
Então, surge o engessamento do funcionalismo público impedindo esse aluno de ser REAVALIADO no meio do ano letivo, mesmo mediante a tantos prejuízos que ele já teve ao longo de sua jornada escolar.
Entendam a conta:
Esse aluno já é repetente por, no mínimo, duas vezes no 6º ano do Ensino Fundamental;
Vou me deter nessa publicação ao GRUPO DOS 18. Formado por dezoito alunos, leem e escrevem com fluência adequada, ou até superior a adequada para alunos do 6º ano. Desde a primeira avaliação questiono-me sobre o porque esses alunos estão nessa turma, nesse projeto.
Não limitei-me a questionar minha lógica: perguntei a itinerante anterior, a itinerante atual, a direção, a coordenação, enfim, todos os que possivelmente saberiam me responder. Perguntei a tantas pessoas porque a resposta, apesar de uníssona, me parecia tão incoerente que continuei perguntando. A alegação de todos é que são alunos com DISTORÇÃO IDADE SÉRIE. Esse é um dos quesitos para tornar o aluno participante do projeto.
Entretanto há mais um fator MUITO RELEVANTE que fora ignorado por todos os gestores que os incluíram no projeto. Esses alunos precisavam apresentar DEFICIÊNCIA NO PROCESSO DA LEITURA e da ESCRITA. Sem essa deficiência a permanência desse grupo em um projeto voltado justamente para a LEITURA e para a ESCRITA se torna completamente INCOERENTE!
São alunos que ficam entediados rapidamente diante da simplicidade de algumas atividades do projeto. Resolvem rapidamente as questões propostas porque não têm problemas com a leitura das tarefas propostas. São alunos que tinham um perfil de notas razoáveis, porém com muitas faltas. Sempre com trágicas histórias de vida ou péssima estrutura familiar. Mas com perfeita capacidade cognitiva, leitura e escrita fluente.Alguns, ouso dizer, com nível igual ou superior a de alguns de meus alunos do Ensino Médio na Rede Estadual.
O Município possui projetos voltados para alunos com distorção idade série e que não apresentam deficiência na leitura e na escrita. São os projetos de aceleração em parceria com a Fundação Roberto Marinho. Então, porque não os encaixá-los desde o começo do ano?? Por que não os encaixá-los assim que sinalizei?
Eis a crítica: hoje, com mais clareza, consigo entender a ideologia do PROJETO e admiro o que vejo. No conceito epistemológico, na metodologia usada, enfim, como um todo, o PROJETO FÓRMULA DA VITÓRIA é um sucesso incontestavelmente.
Então, surge o engessamento do funcionalismo público impedindo esse aluno de ser REAVALIADO no meio do ano letivo, mesmo mediante a tantos prejuízos que ele já teve ao longo de sua jornada escolar.
Entendam a conta:
Esse aluno já é repetente por, no mínimo, duas vezes no 6º ano do Ensino Fundamental;
+
Ele é lançado para uma turma aquém de sua capacidade onde permanecerá por mais um ano quando poderia estar em um projeto com o mesmo propósito de aceleração e com uma metodologia mais adequada a sua capacidade de aprendizado;
+
Ele foi prejudicado por uma gestão que não o avaliou por seu nível de aprendizado e sim por sua INDISCIPLINA.
=
ALUNO ENTEDIADO
ALUNO INDISCIPLINADO
ALUNO MAIS UM ANO PREJUDICADO
É claro que eu também pago essa conta. Tenho que tentar fornecer ao GRUPO DOS 18 um conteúdo diferenciado, um pouco mais avançado e dividir a turma constantemente em dois grupos para tentar evitar o prejuízo desse grupo. É um trabalho árduo porque, apesar da clareza na leitura e na escrita, ainda são alunos com pouco grau de autonomia na interpretação textual. Não por incapacidade, mas por baixa auto-estima, ou seja, nunca confiam que o que entenderam realmente é o que é.
Minha conta perto da conta que eles estão pagando é ínfima. Não há quem olhe por eles. Quem lute por eles e mude essa história. Fica pior? Fica. Não acredito que eles entendam o que está acontecendo? E aí volto a questionar-me: A IGNORÂNCIA É MESMO A CHAVE DA FELICIDADE??
Essa leitura me fez lembrar uma professora que tive no primário, chamava-se Sebastiana...eu estudava em uma escola Pública Estadual, a turma na grande maioria de baixíssima renda, e igualmente baixa capacidade de aprendizado. Ela se virava como podia e sempre, sempre fazia além do que deveria para nos transmitir mais conhecimento e nos estimular em sua busca. Naquela época, eu não compreendia exatamente o que acontecia, como você colocou acima, mas depois, refleti várias vêzes sobre isso. Lembro que ela morava no Méier, e a escola era em Mesquita. Provavelmente fugindo de todas as regras impostas pela ética escolar, a forma como ela premiava seus alunos era, levá-los para passar a noite em sua casa...os alunos premiados, sempre quatro, era levados de trem, ganhavam uma escova de dentes, e um joguinho de canetinhas (apenas três), e tinham direito a levar o lixo para descarregar no corredor do prédio, depois, tomávamos banho, jantávamos, e dormiámos felizes da vida na cama forrada no chão. No dia seguinte pela manhã, seguíamos novamente para escola, com o peito cheio de orgulho e o desejo de nos tornarmos cada vez melhores...e ela, continuava com sua árdua luta em prol da educação.
ResponderExcluirGente..... já havia loucos como eu no seu tempo, né? Também fiz isso com alguns alunos da Rede Estadual. Mas não faço isso mais não. Ainda mais com os menores do Município. A Clientela de hoje é bem diferente da de nossa época. É arriscado demais lidar com eles em nossas casas e lidar com os pais. Outro mundo, outros conceitos.
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