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Mostrando postagens de 2013

Se arrependimento matasse....

Já me arrependi de ter denunciado o menino na delegacia. Voltei a trás e cancelei o RO. Os motivos são diversos: Assim que puder vou publicar o RO (registro de ocorrência) Cheio de erros de Língua Portuguesa!!! Não falo de erros de concordância e Regência não!!! Esses são muuuuitos sofisticados! Falo de erros ortográficos BÁSICOS! O escrivão não sabia escrever, minha gente! Escreveu o nome da escola errado mesmo tendo um papel com o nome escrito certo na frente dele! Isso irá me obrigar a voltar a delegacia, a fim de acertar esses detalhes; Além disso, ele colocou o meu endereço pessoal no RO. O aluno, ao receber a queixa crime, irá saber onde eu moro!!! Fui muito ingênua! Não percebi que ao dar meu endereço ele o colocaria do RO. Achei apenas que era para um registro formal no sistema da polícia. Não posso manter isso assim; Como se não bastasse os problemas com a Instituição Policial, não tive apoio algum da escola. Apoio algum! Tenho visto caras emburradas pra mim! Professor qu

A segunda violência a gente até pode esquecer. Mas aí faz um RO pra ajudar a lembrar

Hoje uma amiga, colega da prefeitura me perguntou: VOCÊ TRATA BEM SEUS ALUNOS? (Entendi o que ela estava querendo dizer. Afinal, já é a segunda situação de violência que passo só esse ano. É engraçado ouvir isso de uma colega que passa pelas mesmas coisas que eu toooodos os dias e sabe o nível dos alunos. Ela, talvez sem perceber, reproduziu o pensamento hegemônico de que o educador tem a CULPA ou a RESPONSABILIDADE do que acontece com a educação no país) Respondi: trato bem sim. Se não o fosse, não teria ganhado festa de aniversário de uma turma (e é importante lembrar que meu aniversário é em Março, ou seja, em pouco tempo de convivência, eles foram gentis comigo). Se não os tratasse bem, não teria sido disputada como professora representante de turma por diversas turmas da escola, não teria tanto carinho e respeito da minha turma de projeto do ano passado como tenho....enfim. Entretanto, não aceito DESRESPEITO. Ah, não!! O sujeito vai ter que aprender a me respeitar na marra.

UM NOVO PROJETO

Assumi um novo desafio na rede municipal do Rio de Janeiro. Voltei para os projetos. Projetos esses que não acredito e muito menos defendo sua ideologia. Entretanto, é um dinheiro necessário para o meu projeto de vida nesse momento. Assumi e, como sempre, busco fazer o melhor trabalho POSSÍVEL. O melhor possível hoje, pra mim, não pode afetar meu tempo de lazer e precisa afetar o mínimo possível minha estrutura emocional. Sendo assim, estou tentando mais esse desafio. Ontem meu contato com o grupo, uma turma de 21 alunos, dos quais só conheci quinze até agora, foi o mais difícil. A turma testou o tempo inteiro a minha paciência e a minha autoridade. Eu não reagi. Até me estranhei. Mas fiquei realmente impactada com o que percebi logo no início da aula e gostaria de compartilhar isso com vocês: Abri o 'google maps' e pedi para que eles me mostrassem o lugar onde moravam. Então fomos tentando encontrar as comunidades. Comparando com o mapa oficial da cidade, pedi para que o

Kit Escolar: a quem isso interessa?

Então.... galerinha gente boa que ainda tem paciência pra me ouvir:  Estava eu, em sala de aula, semana passada,  entregando aproximadamente 80 redações a uma turma de 7º ano, redações estas que tinha passado o domingo a tarde corrigindo, quando chegaram para os alunos o kit que a prefeitura dá. É claro que deixei que o tempo de aula fosse ocupado com essa entrega, afinal, quem não gosta de GANHAR? GANHAR presentes, ganhar kit, ganhar qualquer coisa! Mesmo que seja para jogar fora depois, não é mesmo? Pois é! Ao ver os kits, meu povo, não pude resistir: tive que fotografá-los. Afinal,  uma imagem vale mais que mil palavras e minhas palavras de indignação jamais falariam como as imagens: quatro cadernos, cada um com 10 matérias, todos capa dura! Dois cadernos com pauta pequenos, capa dura. Uma caixa de lápis de cor, lápis preto, borracha (2), régua, tesoura, caneta, apontador e cola. Tudo, como vocês podem ver, com a logo da prefeitura impressa. Não é etiqueta, não! São embala

A primeira agressão a gente nunca mais esquece!

Hoje, pela primeira vez em quase dez anos de magistério, fui agredida por um aluno. Meus alunos, por mais violentos que sejam, são bem tranquilos comigo. Sou normalmente a professora mais querida. pois eles sabem como sou no contexto sala de aula: rigorosa, mas sempre tentando ajudar a todos todo tempo e por isso, me veem de uma forma bem positiva. Entretanto, o problema hoje foi com um aluno da escola e não meu aluno. Ele entrou em minha sala de aula empurrando a porta e gritando. Eu, é claro, o repreendi por sua atitude agressiva. Ele xingou, gritou, berrou, me ignorou como educadora e, por fim, me agrediu. Quem me conhece sabe que não abaixei a guarda. Mantive-me na postura de autoridade não abaixei a guarda pra ele. Mas quando percebi a força física dele, evitei tanta proximidade e ainda consegui que ele fosse para a secretaria. Lá, ele me ameaçou de morte e, tão vulneráveis como eu, ficaram as diretoras. Afinal, cada vez menos autonomia a escola tem para agir em casos assim. C

Por que nossa escola não é assim, professora?

Em mais um ano que iniciou, nossos alunos receberam uma cartilha que tem a intenção de os 'disciplinar' na convivência com seus professores, colegas, gestores e afins. Dessa vez resolvi não ler a cartilha com eles. Entreguei-lhes e esperei que ao menos folheassem o documento. Ao folhearem depararam-se com inúmeras figuras de escolas municipais modelo, mais ou menos com essa da foto acima. Escolas que, é claro, não tem nada a ver com a nossa. Então, mais que depressa, veio a fatídica pergunta: "- Por que nossa escola não é assim, professora?" Há uma resposta plausível para campanhas políticas veladas que são verdadeiras falácias? Não. Não há! Não para um aluno de 6º ano, semi-analfabeto. Poderia respondê-lo, mas tenho certeza que ele entenderia apenas 1/12 avos do que eu falasse. É.... talvez seria melhor que nada, não é? (....) Entretanto, optei pelo silêncio: a arma dos tolos. Meu mantra é: "paz sem voz não é paz é medo" Mas dessa vez me vi tão impot