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Mostrando postagens de março, 2013

Kit Escolar: a quem isso interessa?

Então.... galerinha gente boa que ainda tem paciência pra me ouvir:  Estava eu, em sala de aula, semana passada,  entregando aproximadamente 80 redações a uma turma de 7º ano, redações estas que tinha passado o domingo a tarde corrigindo, quando chegaram para os alunos o kit que a prefeitura dá. É claro que deixei que o tempo de aula fosse ocupado com essa entrega, afinal, quem não gosta de GANHAR? GANHAR presentes, ganhar kit, ganhar qualquer coisa! Mesmo que seja para jogar fora depois, não é mesmo? Pois é! Ao ver os kits, meu povo, não pude resistir: tive que fotografá-los. Afinal,  uma imagem vale mais que mil palavras e minhas palavras de indignação jamais falariam como as imagens: quatro cadernos, cada um com 10 matérias, todos capa dura! Dois cadernos com pauta pequenos, capa dura. Uma caixa de lápis de cor, lápis preto, borracha (2), régua, tesoura, caneta, apontador e cola. Tudo, como vocês podem ver, com a logo da prefeitura impressa. Não é etiqueta, não! São embala

A primeira agressão a gente nunca mais esquece!

Hoje, pela primeira vez em quase dez anos de magistério, fui agredida por um aluno. Meus alunos, por mais violentos que sejam, são bem tranquilos comigo. Sou normalmente a professora mais querida. pois eles sabem como sou no contexto sala de aula: rigorosa, mas sempre tentando ajudar a todos todo tempo e por isso, me veem de uma forma bem positiva. Entretanto, o problema hoje foi com um aluno da escola e não meu aluno. Ele entrou em minha sala de aula empurrando a porta e gritando. Eu, é claro, o repreendi por sua atitude agressiva. Ele xingou, gritou, berrou, me ignorou como educadora e, por fim, me agrediu. Quem me conhece sabe que não abaixei a guarda. Mantive-me na postura de autoridade não abaixei a guarda pra ele. Mas quando percebi a força física dele, evitei tanta proximidade e ainda consegui que ele fosse para a secretaria. Lá, ele me ameaçou de morte e, tão vulneráveis como eu, ficaram as diretoras. Afinal, cada vez menos autonomia a escola tem para agir em casos assim. C

Por que nossa escola não é assim, professora?

Em mais um ano que iniciou, nossos alunos receberam uma cartilha que tem a intenção de os 'disciplinar' na convivência com seus professores, colegas, gestores e afins. Dessa vez resolvi não ler a cartilha com eles. Entreguei-lhes e esperei que ao menos folheassem o documento. Ao folhearem depararam-se com inúmeras figuras de escolas municipais modelo, mais ou menos com essa da foto acima. Escolas que, é claro, não tem nada a ver com a nossa. Então, mais que depressa, veio a fatídica pergunta: "- Por que nossa escola não é assim, professora?" Há uma resposta plausível para campanhas políticas veladas que são verdadeiras falácias? Não. Não há! Não para um aluno de 6º ano, semi-analfabeto. Poderia respondê-lo, mas tenho certeza que ele entenderia apenas 1/12 avos do que eu falasse. É.... talvez seria melhor que nada, não é? (....) Entretanto, optei pelo silêncio: a arma dos tolos. Meu mantra é: "paz sem voz não é paz é medo" Mas dessa vez me vi tão impot